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Por que temos de olhar a pesquisas de esportes mais populares dos EUA com moderação

Postado em 12/1/2018 por Ubiratan Leal

“Qual o esporte mais popular dos Estados Unidos?” Essa é uma pergunta bastante recorrente, compreensível se considerarmos que o público brasileiro ainda está aprendendo a entender o universo dos esportes americanos e situar cada um deles dentro da sociedade. Mas nem os próprios americanos sabem direito como responder a essa pergunta. E mais uma pesquisa mostrando as modalidades preferidas no país mostra isso.

Tudo bem, alguma coisa básica se sabe: o futebol americano reina na primeira posição, beisebol e basquete brigam pelo segundo lugar. A partir daí, há uma disputa entre hóquei no gelo, automobilismo (leia-se “Nascar”), futebol e patinação artística (muito forte no público feminino). Se competições masculinas e femininas, universitárias e profissionais, forem desmembradas, o cenário muda levemente, o basquete perde um pouco de espaço porque vai se dividir entre os fãs de NBA, WNBA e NCAA. Mas o resultado não foge muito disso.

LEIA MAIS: Qual o esporte mais popular em cada parte dos Estados Unidos?

No entanto, nesta semana foi divulgada uma pesquisa do respeitado instituto Gallup mostrando que o futebol teve enorme crescimento desde 2013, ano da edição anterior da pesquisa, a ponto de se aproximar do beisebol. O relatório inclusive afirma que “o futebol agora quase iguala a popularidade do beisebol”. Será mesmo?

Primeiro, é preciso entender o que se quer dizer quando se mede a popularidade do esporte em um determinado lugar. Para saber qual a popularidade do futebol na Itália, do rugby na Nova Zelândia, do críquete na Inglaterra, do vôlei na Argentina, do hóquei na grama no Brasil ou de qualquer outro cenário, imagina-se que se procure qual o percentual de pessoas que gostam daquela modalidade a ponto de acompanhá-la, praticá-la e/ou consumi-la em algum nível.

Como se descobre isso? Pode-se criar uma fórmula, estabelecer níveis mínimos de acompanhamento, prática ou consumo, mas isso soaria complicado e forçado demais. Da forma mais básica, bastaria perguntar aos entrevistados “Você gosta do esporte X?” ou “Você se considera um fã/seguidor do esporte X?”.

Não é o que ocorreu na pesquisa do Gallup, que questionou: “Qual o esporte que você prefere assistir?”. Algo parecido ocorre com o Harris, instituto que realiza esse levantamento há mais tempo e, por isso, apresenta um histórico mais detalhado do comportamento do torcedor ao longo das décadas. No caso, a pergunta é “Qual o seu esporte preferido?”.

Essas perguntas não levantam qual a popularidade de cada esporte. Ela levanta quantas pessoas consideram a modalidade X ou Y a sua favorita. A diferença fundamental é que essa formulação ignora completamente o fato de que milhões de torcedores seguem mais de um esporte, sobretudo em um país como os Estados Unidos, com cultura esportiva muito forte e diversificada e com ligas que ocupam espaços diferentes ao longo do ano.

Vou me usar como exemplo, mas convido vocês, leitores, a fazerem o mesmo consigo ou com conhecidos. Entre necessidade profissional e afinidade pessoal, eu acompanho em algum nível mais de uma dezena de modalidades. Mas, sendo rigoroso, posso dizer que sigo avidamente a três: futebol, beisebol e automobilismo/Fórmula 1. Qual a minha preferida? Se fosse entrevistado pelo Gallup ou pelo Harris, provavelmente responderia “futebol”. Ainda assim, tenho convicção de que torço e consumo muito mais meu segundo e terceiro esporte do que muita gente faz com seu primeiro. Mas eu não contaria para a estatística do beisebol e do automobilismo, enquanto que o futebol computaria o voto do sujeito que só lembra do seu time quando está disputando o título.

É diferente de uma pesquisa eleitoral, em que o Fulano pode gostar de três candidatos e o Beltrano não gosta de nenhum, mas ambos depositam apenas um voto.

No Brasil, esse efeito não é grande. Algumas modalidades (automobilismo, vôlei, basquete, tênis…) têm seus fieis e somariam seus pontos em pesquisa por “esporte preferido”, mas muita gente realmente só acompanha futebol.

O cenário é bem diferente nos EUA. É normal gostar de mais de um esporte, torcer por mais de um time. O futebol americano foi apontado como o preferido por 37% dos entrevistados pelo Gallup. Quantos desses também são fãs de beisebol, de basquete, de hóquei no gelo ou de futebol, a ponto de irem aos jogos, comprarem produtos oficiais, jogarem em peladas com os colegas de trabalho e assistirem pela TV? E, dos amantes de basquete, quantos também gostam de futebol americano? Entre os fãs de futebol, quantos seguem hóquei no gelo? Pela pergunta feita pelo instituto, não dá para saber.

Esses números não podem ser ignorados. Primeiro, porque são pessoas que devem ser contabilizadas como amantes de certas modalidades. Elas ajudam a dar audiência na TV, média de público no estádio e faturamento com venda, participando ativamente da construção da “popularidade de um esporte”. Segundo, porque o sujeito que aprecia dois ou três esportes pode responder que seu preferido é X, e não o Y ou Z, simplesmente porque a temporada de X está pegando fogo, porque o time de sua cidade na liga de Y está em má fase ou porque seu ídolo em Z acabou de se aposentar. Se a pesquisa fosse feita em outra época do ano, a resposta dele poderia ser outra.

Sem uma levantamento que considere isso, o que se pode fazer é criar uma estimativa considerando também outros indicadores, como audiência de TV, praticantes federados, público nos estádios/ginásios, espaço na mídia e repercussão no dia a dia. Contando isso, o futebol americano segue disparado em primeiro, com beisebol e basquete lutando pela segunda posição (beisebol ganha nas cidades do interior, entre latinos e pelo interesse no dia a dia da temporada, basquete – tanto universitário quanto profissional – ganha na população negra, entre jovens e pelo interesse nas finais).

Por isso, pesquisas de esportes mais populares devem ser interpretadas com cuidado. Elas apontam tendências, mas é preciso ver com cuidado o que realmente está sendo medido. Ainda mais em um país de cultura poliesportiva como os EUA.

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Ubiratan Leal

Apaixonado por esportes desde que nasceu e por beisebol desde uma viagem à Venezuela na infância, é jornalista formado pela PUC-SP desde 2000. Já trabalhou como repórter da Agência Placar, repórter e editor do site e da revista Trivela, editor do site Extratime e editor da versão brasileira da revista ESPN. É comentarista de futebol e beisebol dos canais ESPN.

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TAGS Futebol, Pesquisas.

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